Saturday, May 25, 2013

The longest sleep.

How many faces can you remember? 

What about different places? Could you recall every single road you've walked and draw a map of them? And if you dream about it, will those roads be the same?

I don't know for sure how many places or faces a human mind can remember, but they must sure be thousands. Now what if I told you, that in a place very far away, beyond the furthest galaxies you can imagine, there are species with brains so large, that they can fit not thousands or millions, but billions of faces, and at least as many places in one memory or even into one single dream.

Wouldn't this be such a fantastic creature? And this curious fellow is not a gifted one among is kind as you might wonder. No. He is in fact as mediocre as our beloved Einstein was during his math class. Aquainted they are indeed. Although aquainted might not be the right word, as our Einstein was not familiar with this curious friend of ours, although the former knew him quite well. And this is the story of how he knew us all in fact:

...although he would not know why,
the faces in his head kept changing by,
from pinkish yellow to dark brown,
like they were randomly walking around.
One moment they build an empire,
and the next they bring it down.

What a rambling nonsense it may seem,
to see all this action with no mean.
So let's now be quiet and not make a sound,
while we keep wandering all around.
This friend of ours just let him be,
for if he awakes we cease to be.

Thursday, October 25, 2012

Breve história V - O filho de Matilde


O filho de Matilde era um rapaz entre tantos outros. Gostava de jogar à bola e de fazer amigos. Era um pouco tímido mas dava-se bem com toda gente. Na escola não era o aluno mais brilhante, mas era bom aluno e aplicava-se em quase todas as matérias. Como todas as crianças da sua idade, tinha matérias que gostava mais que outras, mas ainda não fazia ideia do que queria ser quando crescesse. Estava naquela fase de gostar de tudo um pouco, mas o que mais gostava era de brincar na rua, e não lhe importava se eram dias de chuva ou sol. 

Infelizmente, o filho de Matilde já não tinha mãe, mas podia dizer-se que era uma criança feliz. Era um rapaz educado e não deixava escapar a oportunidade de dizer um bom dia ou um obrigado. Tinha sempre um sorriso para toda a gente. Havia apenas algo que o incomodava, é que ninguém o via. E não era apenas por não ter um nome, mas sobretudo porque a sua mãe tinha morrido 8 anos antes de ele nascer, quando um condutor embriagado saiu da sua faixa.

Breve história IV - Leonor


Eram os anos 80 e Leonor, nascida duas décadas antes, trabalhava numa fábrica de costura. Não era um trabalho de sonho, mas pagava bem e já lá trabalhava à tempo suficiente para ter feito boas amigas. Leonor nunca tinha pensado num trabalho de sonho e não conhecia o mundo a mais que quatro horas de distância da sua vila, mas vivia feliz. Estava até um pouco mais contente agora, que conhecera Raúl, o namorado. Raúl era o mais velho de três filhos, e trabalhava como ajudante numa oficina de mecânica. Raúl tinha uma mota.

Era final de quinta-feira e Leonor e as amigas aguardavam na paragem o autocarro.
Até amanhã Leonor!
Até amanhã!
Fazia dois meses que não as acompanhava na viagem de regresso, pois desde que então que Raúl a vinha buscar, quando também saía do trabalho, poucos minutos mais tarde. Mas hoje tinham já passado vários minutos e Raúl ainda não tinha chegado, teria a mota avariado? Mais uma hora passou e anoiteceu, mas dele nem sinal. Avistou então um vulto ao longe. 

Não reconheceu no vulto os contornos do namorado e ficou apreensiva, pois o estranho aproximava-se a passos lentos. Ficou com medo e quis afastar-se do seu caminho, mas não sabia para onde. Não lhe convinha afastar-se demasiado, pois Raúl poderia chegar a qualquer momento. Havia um pequeno caminho de terra que cruzava a estrada principal e decidiu meter-se por ele. Assim que ouvisse a mota ao longe voltaria para trás. Foi então que se voltou para ver se o estranho continuou o seu caminho, e entrou em pânico ao constatar que este mudara de rumo e seguia agora na sua direcção. Decidiu correr com todas as suas forças.

No dia seguinte, Leonor não apareceu para trabalhar. 

Tuesday, August 28, 2012

Postsecret

I guess I can just save the money on the postcard and post it myself...


Tuesday, August 21, 2012

Eles...

Vêmo-los por aí...

Seja numa grande área metropolitana ou na mais remota aldeia, haverá pelo menos um. Vêmo-los a deambular pelas ruas, uns mais simpáticos, outros mais hostis, mas habitualmente conhecidos por quem os encontra diariamente. Esses são fáceis de reconhecer, outros nem tanto. Uns só se descobrem no dia em que saem à rua aos tiros. Outros, mais pacíficos, passarão a vida toda despercebidos, passando por nós na rua, sorrindo quando nos abrem a porta ou nos registam as compras. Morrerão sem que sejam conhecidos. Mas há varias pistas, todas elas diferentes, conforme o caso. Um comportamento rotineiro, uma obsessão, um discurso incoerente, ou apenas misantropia.

Haverão mais, cada vez mais.

À medida que a sociedade evolui e os instintos básicos de sobrevivência ficam assegurados, a mente é deixada a divagar, algo para o qual não havia sido preparada. Quem vive em países onde não há fome nem guerra, tem agora tempo para pensar em algo mais que a fonte da sua próxima refeição. Alguns saberão lidar com isso, usando o tempo livre de forma construtiva, outros não. Tal como a história da ave migratória que um dia se questiona porque todos os anos repete o mesmo voo, e sem encontrar resposta, pára de bater as asas e deixa-se cair. Manter a sanidade parece uma tarefa paradoxalmente fácil e extremamente difícil.

Será que um dia, eles... seremos nós?



Sunday, July 29, 2012

Light as a bubble

Born within a world of chaos and survival, we try to imagine rules that keep us safe, giving us something we can hold on to. Thriving to find beauty and harmony among disorder, we create bubbles to live with the ones that give us a sense of purpose. Millions of bubbles that live for tiny fractions of time within the whole span of the universe, continuously popping in and out of existence. We all build our bubbles in the hope that the day our flame burns out, we will be immortalized inside one big bubble that holds our most precious memories. We will call it happiness.


Saturday, July 28, 2012

Thesis

What if we have to write a thesis of our life when we die ? I'd have to put so many songs in the acknowledgements...

Monday, April 9, 2012

Breve história III - O escritor

Sentou-se e escreveu.

Escreveu com pressa, com vontade, com angústia, com raiva. Escreveu linhas a fio contando uma história que era sua. Precisava de por no papel aquilo que era demasiado pesado para carregar nas costas. Questionou-se se todos os escritores escreverão assim, por necessidade de tirar do peito tudo aquilo que está a mais. Não. Não podia ser assim. Caso contrário, todas as histórias seriam amargas. E há histórias doces.

Pois, não era escritor, e não escrevia uma história. Queria ser músico e por nas músicas as suas emoções, as boas e as más. Iria compor com palavras e notas para que o vento as levasse a quem as quisesse ouvir. Quem comunica assim nunca há-de estar sozinho.

Mas não. Não tinha jeito para escrever e menos ainda para a música. Era bom nas contas, diziam-lhe. Então fez contas. Escreveu contas em papel, erradas... todas. Achava que as contas certas eram um elogio à harmonia do universo. As contas erradas haveriam então de funcionar como insulto. E hoje, quis insultar o mundo. Não por ingratidão, mas para lhe captar a atenção, como um pedido de ajuda. Queria que o universo entendesse que algo estava errado e precisava de ser consertado, porque as coisas erradas são mais pesadas.

Então sentou-se e escreveu.
Sentou-se e escreveu contas erradas.

Sunday, December 25, 2011

Breve História II - Conto de natal


Era Natal. Ou pelo menos assim o ditava o calendário. Mas há vários anos que não se celebrava o Natal, pois todos os dias eram iguais, apenas um contínuo de tempo.

Idiotas. Palermas. A culpa é toda vossa! Eram os pensamentos que se ouviam na rede. Os culpados já não se davam ao trabalho de responder. Não tiveram culpa, tentaram explicar, em vão milhares de vezes. Como poderíamos saber?

Como poderiam saber? Era óbvio. Grandes palermas. Durante anos a humanidade aprendeu a tirar proveito da natureza. Aprenderam a controlar, a construir, a usar e abusar de todos os recursos que dispunha. Esta espécie distinguiu-se de todas as outras. Auto-intitulou-se de dominante. Todas as restantes eram utilizadas como marionetas ao sabor dos seus caprichos. Usadas como comida, força motora, cobaias e até mesmo para entretenimento. Os tempos eram de fartura, de grandiosidade. Ou foram. Aqueles palermas.

Os avanços tecnológicos permitiram-lhes aprender sobre a vastidão daquilo que os rodeava. Estariam sozinhos? Questionavam. Bem, quase todos questionavam de facto. Mas apenas alguns se dedicaram a lançar sinais em busca de outras civilizações avançadas por esse universo fora. Imbecis. Ainda não controlavam o espaço. Qualquer civilização que viesse em busca do sinal seria certamente mais avançada que eles. 

Como foram tão cegos? Não era óbvio? Qualquer espécie avançada os consideraria inferiores, e os utilizariam da mesma forma que eles mesmos faziam com as outras espécies com quem co-habitavam. Agora era tarde. Chegaram. Não disseram olá. Não chamaram pelo nosso líder. Não perderam tempo. Começaram o processo de imediato.

A capacidade de resolver problemas é a chave para o avanço de qualquer civilização. Desde pequenos engenhos até poderosas máquinas, o poder de computação era cada vez maior e também mais ambicionado. O avanço tecnológico dos nossos conquistadores foi tanto, que rapidamente se aperceberam que nenhum dispositivo criado artificialmente tinha a mesma capacidade de processar e armazenar informação como um cérebro que evoluíra durante milhões de anos na natureza.

Agora, armazenados de forma compacta, ligados a máquinas que nos mantinham vivos com o mínimo de recursos, fazíamos parte da rede. Curioso, tinham já imaginado cenários assim. Cenários onde as suas máquinas se revoltavam contra eles e os escravizavam. Alguns, mais radicais, chegavam mesmo a revoltar-se contra o progresso tecnológico, a fim de evitar tal cenário. Mas não chegaram a criar máquinas mais inteligentes que eles próprios. Nem seriam capazes de o fazer. Uma inteligência superior, viria sempre da natureza.

A função da rede era simples. Os problemas a resolver eram codificados e distribuidos pela rede de forma a serem interpretados como estímulos sensoriais, os quais cada cérebro processava automaticamente. As respostas eram descodificadas e enviadas de volta. Era como se todos os cérebros se tivessem juntado num só super-cérebro. Esta ligação entre todos, não só tornava o poder de computação extremamente eficiente, mas tinha também por consequência permitir a comunicação entre todos os elementos. Era importante manter todas as mentes estimuladas, mesmo nos breves tempos em que não havia problemas a processar, de forma a não perderem capacidades.

Durante esses breves tempos, tentava-se conversar, partilhar o pouco de cultura que mantíam em memória. Mas a maioria não conseguia resignar-se à situação. Após estes anos continuavam a lançar os mesmos pensamentos. Idiotas. Imbecis. A culpa de tudo isto é vossa! A diferença de línguas tinha deixado de ser problema, todas as culturas tinham já tido tempo para se fundir. Já não havia nacionalidades, raças ou religiões. Eram todos o mesmo.

Feliz natal, ouviu-se num ponto da rede. Quem se lembraria de tal coisa? Feliz natal, voltou a ouvir-se, agora noutro ponto. Feliz natal. Feliz natal. Começava agora a ecoar por toda a rede. Feliz natal. A mensagem propagava-se. A rede entupia. Feliz natal, ouviu-se em uníssono. A rede entupiu por completo e os pedidos externos já não conseguiam entrar. Um único pensamento preencheu toda a rede.
FELIZ NATAL!

Wednesday, November 9, 2011

O carisma do extremo

- Ou é ou não é!
- Comigo é assim!
- Abaixo isto!
- Viva aquilo!
- Vamos lá, é assim mesmo...

...é assim mesmo... ou não é assim mesmo... não importa o lado, mas tens que tomar um lado.

Sempre acreditei que o segredo da vida reside no equilíbrio, em saber ponderar todas as variáveis e escolher um compromisso saudável entre todos os extremos. Não sou de tomar partidos, não sou de posições radicais, consigo ver virtudes e defeitos em todos os lados. Mas alguém como eu nunca será um lider nem nunca será exemplo para ninguém. As pessoas ponderadas não tem o carisma das pessoas que tomam um lado e se sentem seguras da sua posição. Não se conseguem convencer multidões com palavras de ponderação, nem com elaborados argumentos de reflexão. As pessoas seguras conseguem vencer qualquer discussão. Quem tem carisma, quem grita o que quer que seja com convicção, esses sim, irão ser aplaudidos, irão mover massas e comandar o mundo.

Viva isto!
Abaixo aquilo!
Ou é ou não é!

Tuesday, October 25, 2011

Universal law of relationships

Sempre tive uma teoria sobre o motivo pelo qual nunca se consegue vencer um argumento com uma mulher. Estava para fazer um esquema sobre isso, quando encontrei por acaso esta imagem que o retrata na perfeição. Afinal é um dilema já bem conhecido :)


Wednesday, June 29, 2011

Breve história I - O velho

Ouviu a moeda cair junto das outras. - "Obrigado. Deus o ajude!" - Hoje ainda haviam sido poucas, mas era assim mesmo, estava habituado. Já não se lembrava de outra vida que não esta, antes disso só a guerra. A maldita guerra que lhe tirou a visão. A granada nunca soube de onde veio, um clarão e nada mais. Foi na febre do momento que os estilhaços de uma explosão lhe roubaram a visão. "Podia ter sido pior" - disseram - "outros dois morreram". Porque lutava já não o sabia, a guerra era de todos, e não era de ninguém.

Ouviu os passos, iguais a tantos outros. As vozes, essas, reconheceu-as sem dificuldade. "Então velho? Isto hoje não rendeu." - "Está a ficar preguiçoso o raio do velho." - Ouviu o barulho de moedas a mexer, tiravam-lhe o pouco que havia. Anos antes dava para viver das esmolas. Hoje em dia, desde que estes miudos começaram a aparecer, nem sempre sobrava para comer. Tinha a idade deles quando foi chamado para a guerra. Mas agora não há guerra. Deve ser por isso que as pessoas passeiam tanto pelas ruas.

"Vê lá se amanhã começas a trabalhar mais cedo..." - disse um, enquanto lhe agarrou os cabelos. Sentiu a mão sobre a nuca, e pela voz percebeu-lhe a posição. "Maldito, é a última vez que me tocas!" - Foi directo à garganta. No exército tinha aprendido como eliminar o inimigo com eficácia, mas nunca o tinha feito, nem tencionava fazer. Sem demora ouviu os outros aproximarem-se. Sentiu o frio gelado da faca que se enterrava nas costas. Mas não houve dor, não desta vez.

Sunday, June 26, 2011

A world of endless possibilities

Sometimes i have these ideas that i can't find the right words to put on "paper". As usually Randall from xkcd got it just right...

Thursday, June 2, 2011

Não é a altura certa

Não é a altura certa para radicalismos... dizem eles.

Não é a altura certa para aventuras!

Não é a altura certa para pensar em utopias!

É preciso ter os pés bem assentes na terra!

É preciso continuar a lutar pelo desenvolvimento!

É preciso acreditar nos valores tradicionais!


A toda esta gente que ridiculariza a excentricidade das novas ideias, chamando-as de radicais, eu gostaria de perguntar se têm consciencia de até onde as formas de pensamento tradicional nos trouxeram até hoje...


Tuesday, April 12, 2011

O preço dos combustíveis

A: O consumo de combustível aumenta a maiores velocidades.
B: A maioria dos portugueses queixa-se do aumento de preço dos combustíveis.
C: A maioria dos portugueses conduz em excesso de velocidade.

Ironia... à venda em portugal.

Thursday, February 24, 2011

Geração ao colo

Dizem que a minha geração está à rasca. Será dos dentes?

Segundo os meus familiares, no seu tempo ia-se descalço para a escola, e as vezes passava-se fome. Nesse tempo nem todos tinham posses para estudar. Só alguns as tinham, esses tornaram-se doutores e até hoje vivem bem.

Os nossos pais quiseram melhor para nós, então lutaram para trabalhar e juntar dinheiro para nos criar. Com os impostos do seu trabalho, o estado pagou a educação da minha geração. Queriam que todos fossemos doutores...

Agora temos uma geração de doutores bebés, que até agora foram levados ao colo e aguardavam o emprego prometido. Esta geração revolta-se agora, porque o emprego prometido não existe, numa sociedade onde todos são doutores e já não fazem falta mais.

Na minha geração não se passa fome, fala-se em obesidade. Na minha geração não se vai descalço para a escola, vai-se de carro ao café e à discoteca. Na minha geração não há emprego, há trabalho, que ninguém quer porque todos são doutores.

Wednesday, February 16, 2011

Pensar duas vezes ou uma vá

Irritam-me... pessoas impulsivas... irritam-me!

Não há nada melhor para me tirar do sério como ouvir expressões como "eu sou assim, tenho que dizer as coisas na hora" ou "aquela pessoa não tem mau feitio, tem um feitio especial". Bullshit! Meus amigos, custa a todos pensar duas vezes antes de agir e não dizer a primeira coisa que nos vem à cabeça. E custa-me também muitas vezes não desatar ao estalo a muita gente. Temos um lado racional e sensato que se sobrepõe aos instintos básicos e é preciso esforço para usa-lo. Vocês são é uns grandes egoístas que se orgulham de ter muita "atitude" quando na realidade são apenas preguiçosos.

PS: Note-se que ser impulsivo é diferente de ser decidido. Ser indeciso também é um problema, é bom haverem pessoas decididas que não se deixam levar pela apatia e agem quando é necessário.

Friday, February 11, 2011

Comunicar

e
s e
c o m
c a d a
l e t r a
f o s s e m
c r e s c e r
p a l a v r a s

?

Tuesday, February 8, 2011

Os que falam e os que calam

Porque é que as pessoas mais incultas são as primeiras a manifestar-se, as que falam mais alto, as que estão mais convencidas que têm razão e dispostas a lutar por tudo?

Talvez porque as que mais sabem são as que descobrem o quanto mais falta saber, as que reconhecem que nenhuma razão é absoluta, as que percebem que a única luta justa é a interior.