Tuesday, August 21, 2012

Eles...

Vêmo-los por aí...

Seja numa grande área metropolitana ou na mais remota aldeia, haverá pelo menos um. Vêmo-los a deambular pelas ruas, uns mais simpáticos, outros mais hostis, mas habitualmente conhecidos por quem os encontra diariamente. Esses são fáceis de reconhecer, outros nem tanto. Uns só se descobrem no dia em que saem à rua aos tiros. Outros, mais pacíficos, passarão a vida toda despercebidos, passando por nós na rua, sorrindo quando nos abrem a porta ou nos registam as compras. Morrerão sem que sejam conhecidos. Mas há varias pistas, todas elas diferentes, conforme o caso. Um comportamento rotineiro, uma obsessão, um discurso incoerente, ou apenas misantropia.

Haverão mais, cada vez mais.

À medida que a sociedade evolui e os instintos básicos de sobrevivência ficam assegurados, a mente é deixada a divagar, algo para o qual não havia sido preparada. Quem vive em países onde não há fome nem guerra, tem agora tempo para pensar em algo mais que a fonte da sua próxima refeição. Alguns saberão lidar com isso, usando o tempo livre de forma construtiva, outros não. Tal como a história da ave migratória que um dia se questiona porque todos os anos repete o mesmo voo, e sem encontrar resposta, pára de bater as asas e deixa-se cair. Manter a sanidade parece uma tarefa paradoxalmente fácil e extremamente difícil.

Será que um dia, eles... seremos nós?



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