Monday, October 18, 2010

Homo, poli e afins

A homofobia não é um quebra-cabeças. Tenta-se impedir que duas pessoas se casem, só porque têm o mesmo sexo, ainda que isso em nada nos afecte. Restringir a liberdade de alguém, por puro capricho, é claramente errado.

Por outro lado nunca tinha reflectido sobre a poligamia, até ler recentemente uma notícia sobre um caso. Sempre visualizei a relação poligâmica como o acto de um homem/mulher que engana dois parceiros, esconde duas famílias e casa duas vezes de forma ilegal. No entanto, o homem deste caso vive feliz com 4 mulheres e filhos de todas elas na mesma casa. Legalmente apenas está casado com uma delas. Todas as mulheres e filhos exclamam serem felizes e amados. Os críticos apontam que "as mulheres não podem ser felizes" e que "o homem deveria ir preso por poligamia". Ora se todos os envolvidos manifestam ser felizes e participar na relação de própria vontade, quem são estes críticos para dizer o contrário? Vamos acabar com a felicidade desta família, deixa-la sem sustento e colocar o pai na prisão, apesar de em nada interferir com a nossa própria liberdade, apenas porque nos parece fora de normal? Se ter filhos fora do casamento fosse ilegal, meio mundo estaria na prisão.

Impedimos a união entre pessoas do mesmo sexo, ou entre várias pessoas, sem motivo para tal, enquanto os casamentos em consanguinidade (por ex. entre primos) são permitidos, apesar de se saber que há uma grande probabilidade de defeitos genéticos em filhos de tais relações.

"We live in a world where we have to hide ourselves to make love, while the violence is made at the light of day". - John Lennon

2 comments:

  1. As pessoas são pouco ou nada tolerantes no que respeita a individualidade dos outros, todos gostam de opinar no que respeita a liberdade de escolha de cada um, bjs

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  2. As pessoas condenam tudo o que saia das regras que elas próprias seguem cegamente, mas que se pudessem escolher, talvez não seguissem. A poligamia parece-me claramente uma delas. Muitos homens de certeza não se importariam se tal fosse legal e bem aceite pela sociedade, como não é, usam a força da sua frustração recalcada para condenar. O mesmo se estende à homofobia. Muitos homofóbicos devem ser homossexuais não assumidos, ou mesmo não sendo, nunca teriam a coragem de se assumir. Os casamentos em cosanguinidade sempre foram uma constante na história, porque eram convenientes em termos políticos e económicos, e por isso são mais aceites. Mas sem dúvida os critérios de condenação destes casos não fazem sentido!

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